ENSAIO PESSOAL | Pablo Rossi | Florianópolis

“Aos 5 anos, achei um folheto em casa com uma foto de um piano. Não sabia ler, mas aquilo chamou a minha atenção. Foi amor à primeira vista. A partir daí, insisti para meus pais que queria aprender a tocar e nunca mais parei. Lembro que tive facilidade de aprender a tocar piano, mas, acima de tudo, eu era extremamente disciplinado. Aos 8 anos, estudava em Curitiba e viajava muito. Foi uma “não-infância”. Quando você pular fases da vida, o preço vem. E eu estou tomando consciência disso agora. Aos 12, já ganhava dinheiro como pianista. Ganhei o prêmio revelação em Campos do Jordão e o maestro da Osesp me descobriu. Minha mãe vivia atrás de patrocínios. E eu praticamente não ia mais à escola durante o segundo grau.

O peso de ser criança prodigio é terrível. Muitas não continuam na profissão. Aqui no Brasil eu era “The guy”. Isso te nivela por baixo. Aí fui para Moscou, aos 17 anos, porque lá tinha patrocínios por trás, toda uma estrutura. Para tocar piano você precisa de uma estrutura emocional, pedagógica e financeira grande.

Cresci em Florianópolis e  Moscou foi a melhor fase da minha vida. Na época não tinha Skype, nada. Era bem responsável, estudava muito. Nunca tive medo de novidade, tenho a necessidade de conhecer lugares novos. Depois morei em Bruxelas, Nova Iorque, e agora estou na Alemanha. Acho que posso dizer que sou um estrangeiro em qualquer lugar que eu esteja. E eu adoro isso.” @pablonrossi // Pablo Rossi 🎹

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Renata Larroyd

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