FOTOGRAFIA DOCUMENTAL DE FAMÍLIA | Os Montibeller Lima | Florianópolis

Coincidências não existem. Pelo menos, não para mim. Eu estava com uma amiga no Café Cultura da Lagoa da Conceição planejando os próximos trabalhos e, entre bolos e cafés, comentei que tinha uma mulher que eu queria muito fotografar: a Natália Montibeller. Nos conhecemos há alguns anos em um evento e hoje ela está à frente da Transcriativa, empresa que co-criou com o marido Alex. 

 

Em 2019, o casal viajou por dois meses de motorhome percorrendo 12 estados do país para entender como o empreendedor brasileiro usa a criatividade em seus negócios. Tudo foi registrado e divulgado no ano seguinte em uma websérie de 36 capítulos no Instagram. Um detalhe importante para entender a vibe da Nat é que ela estava grávida de seis meses da Emília e, além de uma equipe super enxuta, levou também sua cachorra, a Tainha. A Transcriativa nasceu desta expedição para se tornar o que é hoje: “um canal que traz a criatividade como ferramenta estratégica para empreender”.  

Assista ao vídeo de apresentação da Expedição Transcriativa MLabs

Eu contava tudo isso para minha amiga e, não por acaso, a vida colocou a Nat, literalmente, na minha frente.  “Olha ali, amiga, é dela que eu tô falando”. Andando entre as mesas, despretensiosamente, quem passava na nossa frente era a própria Natália, a mesma que aparecia na tela do meu computador. Nos abraçamos, contei sobre meu desejo de fotografá-la e ela, sempre cheia de energia, topou na hora.

As experiências fotográficas em casas de famílias sempre me trazem trocas incríveis, conversas que se tornam insights e aprendizados. Dessa vez, não seria diferente. Então, na semana seguinte, lá estava eu num sábado de chuva em Floripa a caminho do bairro João Paulo. Na chegada, fui recebida com muitos sorrisos, inclusive da pequena Emília, de 9 meses, no colo do pai.

Deixei meus sapatos molhados na entrada e logo em seguida a Nat tirou seus sapatos do pé para me emprestar, queria que eu ficasse à vontade. Impossível não se sentir em casa com essa família. Nat e Alex são pessoas que olham nos olhos quando falam com a gente e mostram curiosidade sobre nossas vidas, fazendo a gente se sentir importante e honrar nossa própria história. É ali naquela cobertura com vista para o mar que eles recebem a família e os amigos, fazendo do espaço um ponto de encontro e conexão entre pessoas. “Desde o início do nosso relacionamento a gente vive 24 horas por dia junto. Amamos viajar, mas quando estamos na cidade, curtimos muito ficar em casa “, conta, com a voz firme e doce, sempre sorrindo. 

Alex aponta uns rabiscos no vidro da sala e me conta que foi ali que eles tiveram a ideia da Transcriativa. O esboço mostra o que há de mais bonito e genuíno nos dois; a vontade de fazer acontecer e dar certo juntos, como empresa e família. “Com a ideia borbulhando em nossas cabeças, fomos para a Tailândia em março de 2019 e lá, sem saber, concebemos nossa filha. Foi um dos melhores momentos da nossa vida. Eu já estava grávida quando vimos uma luz no céu e fomos tomar banho de piscina. Quando olhamos para cima, os pássaros estavam fazendo uma dança linda. Era muita conexão um com o outro e com a natureza. Entendemos aquilo como um sinal de que coisas maravilhosas estavam por acontecer”, contou a Nat. 

Não deu outra: quando voltaram ao Brasil e chegou a hora de colocar as ideias no papel, descobriram a gravidez. Conceberam, então, duas filhas, a Emília e a Transcriativa. E esse nome, Nat, de onde veio? “Ah, Emília é o nome da minha avó, uma mulher muito forte, feminista de Canelinha”, disse, rindo. 

De quarentena antes mesmo da pandemia chegar por conta da bebê, eles levam a vida numa boa enquanto descobrem as delícias de serem pais de primeira viagem. Ela explica: “nosso dia-a-dia é assim, grudados. Agora a Tainha já se acostumou com a Emília e é muito lindo ver a amizade que as duas construíram. Tem um parque perto daqui que gosto de passear com elas, talvez nosso único refúgio além de um sítio da minha tia que gostamos de ir. Estamos deixando esse apartamento depois de três anos e muitas realizações e momentos criativos com pessoas queridas”. Agora, seguem para a Bahia e depois, só Deus sabe. O plano é continuar conhecendo brasileiros que usam a criatividade para empreender, mostrando o que temos de melhor: nosso borogodó.

“E vocês têm medo de algo dar errado, principalmente agora com a Emília?,” eu pergunto. Ela responde: “a gente trabalha na abundância. Medo todo mundo tem, mas a gente vibra na energia das coisas boas que queremos atrair”. O Alex entra no assunto e diz: “Esse apartamento, por exemplo, a gente conseguiu vibrando muito por ele. Sempre falamos que íamos morar em uma casa onde fosse possível ver o pôr-do-sol todos os dias. De repente, surgiu esse lugar e a gente alugou na hora”.

Esses são os últimos registros do apartamento onde a Nat e do Alex firmaram a parceria entre eles e eu sou imensamente grata por ter fotografado esse momento em família. Ah, detalhe importante: nesse dia, a Emília deu seus primeiros passos, fazendo dessas imagens  fotografias ainda mais especiais.  

Com amor,

Renata

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Renata Larroyd

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