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De repente fui transportada para um mundo de cores, sons e sentimentos que ecoam a rica diversidade cultural das muitas cidades que existem dentro de Salvador.
O que é que a Bahia tem? Penso na pergunta que Dorival Caymmi deu como título para sua célebre música eternizada na voz de Carmem Miranda. Para mim, é fácil dizer: desde que comecei a ir à Bahia com frequência sinto que lá é um portal gigante que me faz sentir mais e pensar menos. É só colocar os pés ali que me sinto diferente e me permito vivenciar com presença, respeito e encanto a autenticidade das experiências que só a Bahia nos proporciona.
Uma das minhas linhas de pesquisa na fotografia é a influência da cultura africana na vida cotidiana no Brasil.
Meu caso de amor com a Bahia e com o interesse neste estilo de etnofotografia tem muito a ver com os anos que passei em Joanesburgo, na África do Sul, onde passei por um processo de transformação intenso.
Ao voltar ao Brasil, meus interesses, hábitos, e modos de pensar mudaram. Conheci a Bahia, depois de ter morado na África do Sul por dois anos como fotojornalista. Assim, quando essa relação se estabeleceu, tudo se potencializou – pois pude vivenciar novamente a cultura de um povo nas ruas, onde ela se manifesta de forma mais natural e potente.
Foram alguns meses visitando blocos como Olodum, Ilê Aiyê e Gandhi e também festas populares como a Lavagem do Bonfim e o 2 de fevereiro no Rio Vermelho.
Entre milhares de pessoas, sob sol a pino, vi as sutilezas dos elementos visuais, do cheiro de tempero forte no ar, e de rituais que vem de gerações.
Era pura emoção e, muitas vezes, fiquei arrepiada assistindo àquelas cenas cotidianas e lindas ao som da percussão que vinha da energia de tantas mãos negras e brasileiras.
Conheci mais do meu próprio país.
E eu, sendo uma fotógrafa do sul do Brasil – vivendo em um momento político tão polarizado, achei isso um privilégio.
A fotografia iniciou conversas e conexões que me abriram muitas outras portas para chegar em lugares que jamais pensei que conheceria.
As imagens capturadas nesta série fotográfica são um testemunho da força da cultura popular baiana, da sua capacidade de unir povos, celebrar tradições e preservar sua identidade única.
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